Quando eu ouvi pela primeira vez que o Volkswagen Tiguan tinha recebido a nota máxima de cinco estrelas no teste de segurança do Latin NCAP, confesso que pensei: “Mais uma propaganda da montadora, né?” Mas, ao mergulhar nos detalhes, percebi que esse resultado tem implicações bem maiores do que uma simples campanha de marketing. Não só porque o teste é reconhecido internacionalmente, mas porque ele traz à tona questões sobre tecnologia, conforto, preço e, principalmente, segurança nas nossas ruas.
O que é o Latin NCAP e por que a nota de 5 estrelas importa?
O Latin NCAP (Programa de Avaliação de Veículos Novos para América Latina e Caribe) funciona como um termômetro de segurança para quem compra carro novo na região. Ele testa veículos em situações reais de colisão – frontal, lateral, contra poste – e avalia ainda a proteção a pedestres, a eficácia de sistemas de assistência e muito mais. As notas vão de zero a cinco estrelas, sendo que poucos modelos conseguem a pontuação máxima.
Em 2025, o Tiguan foi o quarto modelo a alcançar essa façanha, juntando-se ao Jetta, Tera e Taos. Isso não é só um troféu para a Volkswagen; é um sinal de que a indústria está avançando em direção a veículos mais seguros, e que os consumidores podem esperar mais do que apenas potência ou design.
Como o Tiguan chegou à nota máxima?
O Latin NCAP analisou o Tiguan fabricado no México, que será vendido aqui a partir de 2026. Os números falam por si:
- 86% em ocupante adulto – proteção quase total para quem está no banco da frente.
- 81% em ocupante infantil – desempenho sólido, embora tenha perdido pontos devido a uma interação do airbag de cortina com crianças sentadas de costas.
- 80% em proteção de pedestres e usuários vulneráveis – o carro ajuda a reduzir a gravidade de impactos com quem está a pé.
- 92% em assistência à segurança – graças a um pacote de tecnologias avançadas, como frenagem autônoma de emergência (AEB), assistente de permanência em faixa (LSS) e detector de ponto cego (BSD).
Essas porcentagens são o resultado de testes rigorosos: impacto frontal, lateral, contra poste, chicotada cervical e avaliações de sistemas de assistência. Mesmo com alguns pontos de atenção – como a estabilidade da estrutura na zona dos pés – o conjunto de cintos, airbags e sistemas ativos compensou, garantindo a pontuação perfeita.
O que isso significa para o seu dia a dia?
Se você costuma dirigir nas ruas movimentadas da sua cidade, ou faz viagens longas nos finais de semana, a segurança do seu carro pode ser o fator decisivo entre uma experiência tranquila e um susto desnecessário. Vamos dividir isso em três áreas práticas:
1. Proteção dos ocupantes
O Tiguan demonstra que, em caso de colisão frontal ou lateral, os ocupantes têm altas chances de sair ilesos. Os airbags de cortina, embora precisem de ajustes finos para crianças, ainda oferecem proteção superior ao que vemos em muitos concorrentes da mesma faixa de preço.
2. Segurança dos pedestres
Em cidades brasileiras, onde o fluxo de pedestres é intenso, a capacidade de reduzir danos a quem está a pé é crucial. O Tiguan incorpora sensores que detectam a presença de pedestres e acionam frenagem automática, diminuindo a velocidade antes do impacto.
3. Assistência ao condutor
Os recursos de assistência – AEB urbano e interurbano, LSS e BSD – trabalham em conjunto para evitar colisões que muitas vezes são causadas por distração ou falha humana. Se você costuma dirigir em trânsito pesado, esses sistemas podem ser verdadeiros anjos da guarda.
Comparando com outros SUVs populares
Para entender o real diferencial do Tiguan, vale comparar com alguns concorrentes que já circulam por aqui:
- Honda CR-V – costuma pontuar bem em segurança, mas ainda não tem AEB de série em todas as versões.
- Chevrolet Equinox – oferece alguns assistentes, porém a nota no Latin NCAP ainda está abaixo de 5 estrelas.
- Hyundai Tucson – tem boa estrutura, mas o pacote de segurança ativa não é tão completo quanto o do Tiguan.
Essas comparações mostram que, embora o mercado esteja evoluindo, o Tiguan se destaca por oferecer um conjunto completo de tecnologias como itens de série, sem precisar pagar extra por pacotes opcionais.
O que ainda pode melhorar?
Nem tudo são flores. O Latin NCAP apontou duas áreas que a Volkswagen ainda pode aperfeiçoar:
- Estrutura da zona dos pés – a instabilidade observada pode ser refinada para melhorar ainda mais a proteção dos ocupantes adultos.
- Airbag de cortina para crianças – ajustes que evitem a interação inadequada com crianças sentadas de costas no banco traseiro.
Essas críticas são, na verdade, oportunidades para a montadora evoluir ainda mais. Se você acompanha lançamentos, verá que a Volkswagen costuma lançar atualizações de software que melhoram o desempenho dos sistemas de assistência – algo que pode ser aplicado também ao ajuste desses pontos.
Design e conforto: mais do que segurança
Segurança é essencial, mas quem compra um carro também pensa em conforto e estilo. O novo Tiguan chega ao Brasil como a terceira geração do modelo, trazendo dimensões maiores (4,79 m de comprimento e 2,79 m entre eixos) que permitem acomodar até sete passageiros com espaço suficiente para bagagens.
Dentro, a Volkswagen apostou numa central multimídia de 13 polegadas, flutuante, inspirada nos veículos chineses que têm conquistado o mercado de SUVs. Isso significa tela maior, interface mais intuitiva e integração com Android Auto e Apple CarPlay de forma mais fluida.
Além disso, o acabamento interno ganhou materiais de qualidade superior, com detalhes em madeira sintética e iluminação ambiente que podem ser ajustados conforme o humor do condutor.
Motorização: o que esperar?
A Volkswagen ainda não revelou oficialmente quais motores chegarão ao Brasil, mas podemos fazer algumas projeções baseadas nas versões disponíveis no exterior:
- Motor a combustão – provavelmente um 2.0 turbo, que combina boa performance com consumo razoável.
- Híbrido leve de 48 V – tecnologia que auxilia o motor a combustão, reduzindo consumo em tráfego urbano.
- Plug-in hybrid – variante que pode rodar até 120 km em modo elétrico, ideal para quem tem deslocamentos curtos diários e quer economizar combustível.
Essas opções dão ao consumidor brasileiro a chance de escolher entre potência, eficiência ou até mesmo uma condução quase totalmente elétrica, dependendo da sua necessidade.
Impacto no mercado brasileiro
O lançamento do Tiguan em 2026 pode influenciar o segmento de SUVs médios de duas maneiras principais:
- Elevação do padrão de segurança – concorrentes terão que melhorar seus pacotes de assistência para não perder espaço de mercado.
- Pressão por tecnologias híbridas – com a tendência global de reduzir emissões, a presença de versões híbridas e plug-in pode acelerar a adoção dessas tecnologias no Brasil.
Além disso, a produção no México pode trazer vantagens de preço, já que a cadeia de suprimentos está mais próxima da fronteira sul, reduzindo custos de importação.
Como escolher o Tiguan certo para você?
Se você está pensando em adquirir o novo Tiguan, aqui vão algumas dicas práticas:
- Defina seu uso principal – se a maior parte das viagens é urbana, a versão híbrida leve pode ser suficiente. Para longas viagens ou quem busca autonomia elétrica, opte pelo plug-in.
- Considere a quantidade de passageiros – o espaço para sete pessoas pode ser um diferencial para famílias grandes ou quem costuma levar amigos.
- Verifique os itens de série – todos os sistemas de assistência (AEB, LSS, BSD) vêm de fábrica, então não há necessidade de pagar extra por pacotes.
- Teste o conforto dos assentos – especialmente se você tem crianças. Pergunte ao vendedor sobre a posição dos airbags de cortina e como eles interagem com cadeirinhas.
Essas considerações ajudam a transformar a compra em uma decisão informada, alinhada ao seu estilo de vida e ao seu bolso.
O futuro da segurança automotiva no Brasil
O sucesso do Tiguan no Latin NCAP pode ser um ponto de partida para uma mudança cultural: mais consumidores exigindo veículos com alta classificação de segurança. Essa pressão pode levar montadoras a investir mais em pesquisas, a adotar padrões mais rígidos e, eventualmente, a tornar a segurança ativa uma obrigação legal.
Já vemos sinais de que isso está acontecendo. Nos últimos anos, a legislação brasileira tem avançado, exigindo a presença de airbags frontais em todos os veículos novos. Agora, com a popularização de AEB e BSD, podemos esperar que, nos próximos cinco anos, a maioria dos novos carros vendidos aqui tenha esses recursos como padrão.
Conclusão: vale a pena esperar até 2026?
Se a sua pergunta é se vale a pena aguardar o lançamento do Tiguan no Brasil, a resposta depende de como você prioriza segurança, tecnologia e conforto. O fato de o modelo já ter sido aprovado com cinco estrelas no Latin NCAP indica que ele está entre os veículos mais seguros da categoria. Além disso, a presença de um pacote robusto de assistência ao condutor, aliado a um design moderno e a opções de motorização híbrida, faz do Tiguan um candidato forte para quem busca um SUV completo.
Eu, pessoalmente, vejo o Tiguan como um exemplo de como a indústria pode equilibrar desempenho, economia e, sobretudo, segurança. Quando ele chegar às concessionárias, recomendo que você faça um test-drive, preste atenção nos recursos de assistência e, se possível, peça para ver os resultados do teste de colisão detalhados. Assim, você terá a confiança de estar levando para casa um carro que realmente protege quem você ama.
E você, o que acha? Já estava de olho no Tiguan ou prefere outro modelo? Compartilhe nos comentários, vamos trocar ideias e ajudar uns aos outros a fazer a melhor escolha.




