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Petlove, Petz e Cobasi: a fusão que vai mudar o jeito que cuidamos dos nossos bichinhos

Petlove, Petz e Cobasi: a fusão que vai mudar o jeito que cuidamos dos nossos bichinhos

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Você provavelmente já viu a Petz ou a Cobasi nas ruas, nas redes sociais ou até mesmo na sua lista de favoritos no Google. Agora, imagina essas duas gigantes unindo forças e criando a maior rede de petshops do Brasil. Parece coisa de filme, mas é realidade – o Cade aprovou a fusão e, a partir de agora, vamos ter mais de 480 lojas espalhadas por cerca de 20 estados.

Por que essa união é tão importante?

Antes de mergulharmos nos detalhes da operação, vale entender o que está em jogo. O mercado de produtos e serviços para animais de estimação vem crescendo de forma consistente nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), o setor movimentou cerca de R$ 30 bilhões em 2023, e a tendência é de alta.

Com mais gente adotando cães, gatos e até pequenos roedores, a demanda por ração, acessórios, medicamentos e serviços de banho e tosa só aumenta. Nesse cenário, a união da Petz – que já era líder em lojas físicas – com a Cobasi, forte no varejo online, cria um verdadeiro império que pode atender a quase todo o país.

Como funciona a aprovação do Cade?

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem a missão de garantir que fusões e aquisições não prejudiquem a concorrência. Quando a Petz decidiu comprar a Cobasi, o órgão analisou o impacto da operação no mercado pet.

O resultado? Aprovação, mas com condições. A principal medida foi a venda de 26 lojas da nova empresa no estado de São Paulo, que representam apenas 3,3% do faturamento combinado nos últimos 12 meses. Essa venda tem o objetivo de evitar concentração excessiva em um dos maiores mercados consumidores do país.

Além disso, o acordo inclui compromissos comportamentais, como garantir a disponibilidade de medicamentos de uso veterinário e manter preços competitivos. O Cade ainda destacou que há interessados em comprar as lojas que serão desmembradas, inclusive a própria Petlove, que contestou a operação.

O que a rival Petlove tem a dizer?

A Petlove, que atua majoritariamente online mas tem algumas lojas físicas no Sudeste e Sul, entrou com uma petição alegando que a fusão criaria uma empresa “30 vezes maior que o terceiro colocado”, o que poderia “comprometer o mercado”. Em resumo, a preocupação é que menos concorrentes signifiquem menos opções e preços mais altos para o consumidor.

Apesar das críticas, o presidente do Cade, Gustavo Augusto Freitas de Lima, afirmou que está confiante na aprovação porque há compradores interessados nas lojas que serão vendidas. Ele ainda destacou que o acordo traz um “pacote comportamental duro”, referindo‑se a garantias sobre a oferta de medicamentos e outros itens essenciais.

O que isso significa para quem tem pets?

  • Mais opções de compra: com a rede ampliada, você pode encontrar lojas Petz/Cobasi em cidades menores, facilitando o acesso a produtos de qualidade.
  • Preços competitivos: a concorrência entre as próprias lojas da rede pode gerar promoções e descontos mais atrativos.
  • Serviços integrados: imagine poder agendar um banho na loja mais próxima, comprar a ração online e receber em casa, tudo com o mesmo programa de fidelidade.
  • Risco de concentração: se a empresa ficar muito dominante, pode haver menos pressão para inovar ou melhorar o atendimento.

Como a fusão pode influenciar o futuro do varejo pet no Brasil

Alguns analistas acreditam que essa operação pode ser o pontapé inicial para mais consolidações no setor. Se a Petz + Cobasi conseguir equilibrar as exigências do Cade e ainda manter a qualidade, outras empresas menores podem buscar alianças semelhantes para ganhar escala.

Por outro lado, a presença de players digitais como a Petlove e a Amazon (que já vende ração e acessórios) pode impedir que a nova gigante domine completamente o mercado. A disputa por inovação – como aplicativos de saúde animal, entregas expressas e programas de assinatura – deve continuar acirrada.

O que observar nos próximos meses

Agora que a aprovação foi concedida, alguns pontos vão ficar de olho:

  1. Venda das 26 lojas em São Paulo: quem será o comprador? Se a Petlove fechar negócio, podemos ver uma mudança no mapa de lojas físicas da região.
  2. Implementação dos compromissos comportamentais: será que a nova empresa vai realmente garantir a disponibilidade de medicamentos e preços justos?
  3. Reação do consumidor: os clientes vão perceber diferença nos preços ou na variedade? A satisfação pode ser o termômetro mais claro.
  4. Impacto nas ações: as ações da Petz subiram 2,4% antes de serem suspensas na B3. Como o mercado vai reagir após a efetivação da fusão?

Conclusão: um passo grande, mas ainda incerto

Para quem tem animais de estimação, a notícia traz esperança de mais conveniência e talvez preços melhores. Mas a história ainda está no início. O sucesso da maior rede de petshops do Brasil dependerá de como a empresa vai equilibrar crescimento, concorrência saudável e o compromisso com o consumidor.

Se você, assim como eu, acompanha de perto as mudanças no mercado pet, vale ficar de olho nas próximas decisões do Cade, nas compras das lojas paulistas e nas estratégias da Petlove. Afinal, o futuro dos nossos bichinhos pode depender de quem controla as prateleiras onde compramos ração, brinquedos e remédios.

E você, o que acha dessa fusão? Vai mudar sua rotina de compras para o seu pet? Deixe sua opinião nos comentários!