Radar Fiscal

Pet lovers, atenção: Petz e Cobasi se unem e criam a maior rede de petshops do Brasil

Pet lovers, atenção: Petz e Cobasi se unem e criam a maior rede de petshops do Brasil

Compartilhe esse artigo:

WhatsApp
Facebook
Threads
X
Telegram
LinkedIn

Se você tem um cachorro, um gato ou até um peixe dourado em casa, provavelmente já passou por alguma loja de produtos para pets. Agora, imagina que duas das maiores redes do país – Petz e Cobasi – decidiram se juntar e formar uma gigantesca rede com mais de 480 lojas espalhadas por quase todo o Brasil. Parece coisa de filme, mas é realidade e acabou de ser aprovada pelo Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

Como chegamos até aqui?

A negociação começou há alguns meses, quando a Petz anunciou a intenção de comprar a Cobasi. O objetivo era simples: somar forças, otimizar custos e oferecer ao consumidor uma experiência ainda melhor, seja nas lojas físicas ou no comércio eletrônico. O plano incluía não só a fusão das duas marcas, mas também a integração de sistemas, logística e até a criação de novos serviços, como clínicas veterinárias mais completas e programas de fidelidade cruzados.

O que o Cade exigiu?

Como toda grande operação de fusão, o caso foi analisado pelo Cade para garantir que a concorrência não fosse prejudicada. A decisão foi positiva, mas com condições. A principal exigência: a venda de 26 lojas da Petz no estado de São Paulo. Essas unidades representam apenas 3,3% do faturamento combinado das duas empresas nos últimos 12 meses, mas são estratégicas porque estão concentradas em um mercado muito competitivo.

  • Venda das 26 lojas em São Paulo.
  • Compromissos comportamentais, como manter preços justos e garantir a disponibilidade de medicamentos essenciais.
  • Regras claras caso haja mais de um comprador interessado nas lojas vendidas.

Essas medidas visam manter a concorrência saudável e proteger o consumidor de possíveis abusos de poder de mercado.

Por que a Petlove contestou?

Nem todo mundo recebeu a notícia com entusiasmo. A principal concorrente online, Petlove, entrou com uma petição alegando que a nova empresa seria 30 vezes maior que o terceiro colocado no setor. Segundo eles, isso poderia “comprometer o mercado” e gerar “grave prejuízo à concorrência e ao consumidor”. A Petlove sugeriu que a venda de até 28 lojas não seria suficiente para equilibrar o cenário.

Apesar da contestação, o presidente do Cade, Gustavo Augusto Freitas de Lima, ressaltou que há interessados na compra das lojas que serão desmembradas – inclusive a própria Petlove manifestou interesse – e que, portanto, a operação pode seguir sem criar um monopólio.

O que isso muda no dia a dia do consumidor?

Para quem compra ração, brinquedos ou medicamentos para o pet, a fusão pode trazer alguns benefícios claros:

  • Mais opções de produtos: A combinação dos catálogos das duas marcas deve ampliar a variedade nas prateleiras.
  • Preços mais competitivos: A economia de escala costuma refletir em descontos e promoções mais agressivas.
  • Serviços integrados: Clínicas veterinárias, banho e tosa, e até serviços de entrega podem ficar mais ágeis e padronizados.
  • Programas de fidelidade unificados: Quem já tem pontos em um dos programas pode usar no outro, aumentando o valor percebido.

Mas nem tudo são flores. A concentração de mercado também pode gerar riscos, como menos diversidade de marcas próprias e, em alguns casos, aumento de preços se a concorrência diminuir demais.

Um panorama do mercado pet no Brasil

O segmento de produtos e serviços para animais de estimação tem crescido de forma consistente nos últimos anos. Segundo a ABINPET (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o mercado movimentou cerca de R$ 40 bilhões em 2023, com previsão de superar R$ 50 bilhões até 2026.

Vários fatores alimentam esse boom:

  • Humanização dos pets: Cada vez mais, os donos tratam os animais como membros da família, investindo em alimentação premium, cuidados de saúde e bem‑estar.
  • Expansão do e‑commerce: A pandemia acelerou as compras online, e empresas como Petlove e a própria Petz viram suas plataformas digitais crescerem exponencialmente.
  • Novas categorias: Serviços de assinatura de ração, planos de saúde pet e produtos de tecnologia (como coleiras inteligentes) ampliam o leque de consumo.

Dentro desse cenário, a fusão entre Petz e Cobasi representa um movimento de consolidação, semelhante ao que já ocorreu em outros setores, como supermercados e farmácias.

Prós e contras da consolidação

Prós:

  • Eficiência operacional: Redução de custos logísticos e de compra, o que pode ser repassado ao cliente.
  • Investimento em inovação: Mais recursos para tecnologia, como apps de agendamento de consultas ou rastreamento de entregas.
  • Maior presença nacional: Clientes em cidades menores ganham acesso a uma rede mais robusta.

Contras:

  • Risco de concentração: Menos concorrentes podem levar a menos pressão por preços baixos.
  • Desafios de integração: Unir duas culturas corporativas diferentes pode gerar atritos internos.
  • Impacto nos pequenos varejistas: Lojas independentes podem sentir a pressão de competir com uma gigante.

O que esperar nos próximos meses?

O próximo passo é a efetivação da venda das 26 lojas em São Paulo. O Cade já indicou que há compradores interessados, e a própria Petlove mostrou vontade de adquirir algumas unidades. Enquanto isso, as duas empresas vão trabalhar na integração de sistemas, treinamento de equipes e no alinhamento das estratégias de marketing.

Para o investidor, a notícia já teve reflexo nas ações da Petz, que subiram 2,4% antes de serem suspensas na B3. O mercado parece otimista, mas ainda há cautela, já que a consolidação ainda está em fase de implementação.

Como você pode se preparar?

Se você é dono de pet, vale a pena ficar de olho nas mudanças nas lojas da sua região. Algumas dicas práticas:

  1. Inscreva‑se nos programas de fidelidade de ambas as marcas – pode ser que você já tenha pontos que podem ser usados na nova rede.
  2. Compare preços nas lojas físicas e online; a integração pode gerar promoções cruzadas.
  3. Acompanhe as notícias sobre a venda das lojas em São Paulo, especialmente se você mora no estado – isso pode mudar a oferta local.
  4. Considere experimentar serviços novos, como consultas veterinárias digitais, que tendem a ser ampliados com a fusão.

Em resumo, a união da Petz e da Cobasi tem tudo para transformar o mercado pet brasileiro. Se bem gerida, pode trazer mais conveniência, preços justos e inovação para quem ama os bichinhos. Mas, como toda grande mudança, requer atenção para que a concorrência continue saudável e o consumidor não seja prejudicado.

E você, o que acha dessa fusão? Vai aproveitar as novidades ou tem receio de que o mercado fique muito concentrado? Deixe seu comentário e vamos conversar!