Se você anda pelas ruas das grandes cidades brasileiras, provavelmente já viu um fluxo constante de motos, seja de entregadores, estudantes ou famílias que usam a duas‑rodas como segundo carro. O número de emplacamentos não para de crescer, e 2025 já está a caminho de ser um ano recorde. Mas o que está por trás desses números? Vamos analisar os dados da Fenabrave, entender o perfil das motos que mais vendem e refletir sobre o que isso significa para quem pensa em comprar, trabalhar ou investir no setor.
Um panorama impressionante: +16,25% em relação a 2024
De janeiro a novembro de 2025, foram registrados 2.004.150 emplacamentos de motocicletas no Brasil. Comparado ao mesmo período de 2024 (1.723.971 unidades), isso representa um salto de 16,25%. Em novembro, a venda foi de 180.601 unidades – um aumento de 22,84% frente ao novembro de 2023, embora tenha caído 13,9% em relação a outubro (209.767). A projeção para dezembro aponta para 2.157.188 emplacamentos, o que pode consolidar 2025 como o melhor ano da história das duas‑rodas no país.
Por que as motos continuam dominando?
O presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, destaca que a motocicleta é, antes de tudo, ferramenta de trabalho. Entregadores, pequenos empreendedores, motoristas de aplicativos e até famílias que precisam de um “segundo carro” encontram na moto uma solução econômica e prática. Além disso, a mobilidade urbana nas grandes e médias cidades ainda sofre com congestionamentos e falta de vagas, o que faz da moto uma alternativa ainda mais atraente.
As 10 motos mais vendidas até novembro de 2025
- Honda CG 160 – 437.088 unidades
- Honda Biz – 243.405 unidades
- Honda Pop 110i – 215.399 unidades
- Honda NXR 160 Bros – 181.687 unidades
- Mottu Sport 110i – 94.320 unidades
- Yamaha YBR 150 – 65.574 unidades
- Honda CB300F – 60.116 unidades
- Honda PCX 160 – 49.379 unidades
- Yamaha Fazer 250 – 42.190 unidades
- Honda XRE 300 – 39.795 unidades
Observe que cerca de 90% das unidades vendidas são de baixa cilindrada (até 160 cc). Isso reflete a preferência do consumidor brasileiro por motos mais econômicas, fáceis de manusear e que consomem menos combustível.
O que esses números significam para quem pensa em comprar?
Se você está avaliando a compra de uma moto, alguns pontos são úteis:
- Custo de aquisição: modelos como a Honda CG 160 custam em torno de R$ 19.200, um valor que ainda cabe no orçamento de muita gente.
- Manutenção: motos de baixa cilindrada costumam ter manutenção mais barata e peças mais acessíveis.
- Consumo de combustível: em média, essas motos fazem entre 30 e 40 km/l, o que ajuda a reduzir o gasto mensal.
- Versatilidade: a mesma moto pode servir tanto para deslocamento diário quanto para entregas ou pequenos negócios.
Além disso, a alta demanda cria um mercado de usados mais ativo, facilitando a revenda ou a troca por um modelo mais recente.
O que está acontecendo com as motos elétricas?
Apesar do crescimento global das duas‑rodas elétricas, o Brasil ainda está nos estágios iniciais. De janeiro a novembro de 2025, foram emplacadas apenas 7.643 motos 100% elétricas**, representando 0,38% do total do segmento. O aumento foi de 15,17% em relação ao mesmo período de 2024, mas ainda é tímido.
Os motivos são claros:
- Infraestrutura de recarga ainda limitada, principalmente fora dos grandes centros.
- Preço de compra ainda elevado em comparação às motos a combustão.
- Desconhecimento do público sobre autonomia e benefícios ambientais.
Entretanto, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já mostram sinais de que a adoção pode acelerar nos próximos anos, principalmente com incentivos municipais e a expansão de pontos de recarga.
Comparativo rápido: outubro vs. novembro 2025
Em outubro, a Honda CG 160 liderou novamente, com 38.406 unidades vendidas. Logo atrás, a Honda Pop 110i registrou 20.782 unidades, seguida de perto pela Honda Biz (20.547). Em novembro, a CG 160 manteve a liderança, mas a Biz subiu na lista, mostrando a força da marca Honda no segmento.
Quais são as marcas que mais dominam o mercado?
Embora o relatório completo das 10 marcas com maior participação ainda não tenha sido divulgado, a presença constante da Honda nas primeiras posições indica que a montadora responde bem às necessidades do consumidor brasileiro. A Yamaha também tem boa representatividade, principalmente nos modelos de média cilindrada, como a Fazer 250.
O futuro das duas‑rodas no Brasil
Algumas tendências que podem moldar o mercado nos próximos anos:
- Regulamentação de emissões: cidades que adotarem zonas de baixa emissão podem incentivar a migração para modelos elétricos.
- Financiamento e leasing: opções de crédito mais flexíveis podem atrair novos compradores, principalmente jovens.
- Inovação tecnológica: conectividade, freios ABS e painéis digitais estão se tornando padrão, mesmo em motos de baixa cilindrada.
- Expansão de serviços de entrega: o crescimento do e‑commerce e dos aplicativos de delivery mantém a demanda por motos como ferramenta de trabalho.
Em resumo, se você ainda não tem uma moto, 2025 pode ser um bom momento para entrar. Os modelos são mais acessíveis, o consumo de combustível está em baixa e o mercado de usados está aquecido. Se a sua preocupação é ambiental, vale ficar de olho nas novidades elétricas, que devem ganhar força nos próximos anos.
Conclusão
O recorde de vendas de 2025 mostra que a motocicleta continua sendo a escolha número um para quem busca mobilidade econômica e prática no Brasil. Enquanto a maioria das vendas ainda concentra‑se em motos de baixa cilindrada, há sinais de que o segmento elétrico vai crescer, ainda que lentamente. Seja para trabalhar, estudar ou simplesmente se deslocar com mais agilidade, a duas‑rodas tem se consolidado como um verdadeiro “segundo carro” das famílias brasileiras. E você, já está pensando em qual modelo vai ser a sua próxima aquisição?




