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Conta de luz: Por que o reajuste de 7% em 2025 pode pesar no seu bolso (e o que fazer)

Conta de luz: Por que o reajuste de 7% em 2025 pode pesar no seu bolso (e o que fazer)

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Se você ainda não viu a última notícia da Aneel, aqui vai um resumo rápido: a conta de luz deve fechar 2025 com um reajuste médio de 7 %. Parece pouco? Na prática, esse número pode transformar a sua fatura de dezembro e ainda influenciar o que você paga nos próximos anos.

Como chegamos a esse número?

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou o boletim InfoTarifa nesta sexta‑feira (5). O índice indica que as tarifas de energia elétrica vão subir mais que a inflação prevista para o ano. Em março, a projeção era de 3,4 %. O que mudou? Principalmente o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que foi aprovado em R$ 49,2 bilhões para 2025.

O que é a CDE e por que ela pesa tanto?

A CDE é um fundo setorial que financia políticas públicas no setor elétrico. Ela tem várias frentes, como:

  • Tarifa social para famílias de baixa renda;
  • Programa Luz Para Todos;
  • Geração de energia em regiões isoladas;
  • Subsídios para fontes renováveis;
  • Compensações para quem gera sua própria energia (painéis solares, por exemplo).

Todo mundo que paga conta de luz contribui, porque o fundo é alimentado por cobranças embutidas nas faturas, multas e aportes do Tesouro Nacional. Quando a CDE aumenta, o custo repassa para o consumidor final.

Por que 2026 pode ser ainda pior?

A previsão para o próximo ano é de que a CDE chegue a R$ 52,7 bilhões – um aumento de quase 7 % em relação a 2025. Os principais motores desse crescimento são:

  • Maior custo com micro e minigeração distribuída (MMGD);
  • Descontos maiores concedidos a fontes incentivadas, como energia solar e eólica.

Esses fatores refletem a política de incentivo às energias limpas, mas acabam sendo repassados nas tarifas.

O que isso significa para o seu dia a dia?

Um reajuste de 7 % pode parecer só um número, mas na prática ele aparece na sua fatura de duas formas:

  1. Valor bruto da conta: Se você paga R$ 200 por mês, um aumento de 7 % eleva o total para R$ 214. Não parece muito, mas ao somar 12 meses, são R$ 168 a mais no ano.
  2. Impacto nas contas sociais: Quem depende da tarifa social (famílias de baixa renda) pode sentir o peso se o benefício não acompanhar o aumento.

Além disso, quem tem painéis solares ou pretende instalar um, pode ver a compensação diminuindo, já que a CDE paga menos por energia gerada por fontes incentivadas.

Como se proteger ou reduzir o impacto?

Não dá para mudar a política da Aneel da noite para o dia, mas algumas atitudes ajudam a minimizar o efeito no seu bolso:

  • Consumo consciente: Apague luzes que não estão em uso, aproveite a luz natural e invista em lâmpadas LED. Cada kilowatt‑hora economizado reduz a base de cálculo da sua conta.
  • Revisão de equipamentos: Verifique se seus aparelhos estão em bom estado. Um ar‑condicionado com filtro sujo consome até 30 % a mais.
  • Participação nas consultas públicas: A CDE tem consulta pública para o orçamento de 2026. Envie sua opinião, porque a pressão da sociedade costuma gerar ajustes.
  • Planejamento financeiro: Separe uma parte do orçamento mensal para a conta de luz. Assim, quando o reajuste chegar, ele já está previsto.

Visão de futuro: energia limpa e preço da luz

O governo tem incentivado a energia renovável, e isso traz duas consequências opostas:

  1. Mais fontes limpas diminuem a dependência de usinas térmicas, que são caras e poluentes.
  2. Os subsídios e incentivos, como os descontos para quem gera energia própria, aumentam o custo da CDE, que acaba sendo repassado para todos.

Em resumo, quanto mais a gente avançar na transição energética, mais precisamos equilibrar os custos entre quem gera e quem consome. Essa é a grande discussão que a Aneel está tentando mediar.

Conclusão

O reajuste médio de 7 % em 2025 não é apenas um número de relatório; ele reflete decisões de política pública, investimentos em energia limpa e a necessidade de financiar programas sociais. Para quem paga a conta de luz, isso significa ficar mais atento ao consumo, participar das consultas públicas e planejar financeiramente.

Eu, pessoalmente, já comecei a revisar meus hábitos de consumo e a acompanhar as notícias da Aneel. Se cada um fizer a sua parte, o impacto coletivo pode ser menor. E você, já percebeu alguma mudança na sua conta este ano? Compartilhe nos comentários – a troca de experiências ajuda a gente a entender melhor o que está por vir.