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CNU 2025: Tudo o que você precisa saber sobre a prova discursiva e como se dar bem

CNU 2025: Tudo o que você precisa saber sobre a prova discursiva e como se dar bem

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Se você está acompanhando o Concurso Nacional Unificado (CNU) 2025, já deve ter sentido aquele friozinho na barriga ao ver que a segunda fase – a prova discursiva – está marcada para este domingo, 7 de dezembro. Mais de 45 mil candidatos vão ocupar salas em 228 cidades, disputando 3.652 vagas que pagam de R$ 4 mil a R$ 16 mil. Eu também já passei por essa ansiedade, então decidi colocar aqui tudo o que aprendi, organizar as informações que o G1 trouxe e ainda acrescentar dicas práticas que podem fazer a diferença entre ficar na lista de espera ou garantir a tão sonhada vaga.

Por que a prova discursiva importa tanto?

A primeira fase do CNU costuma ser bastante técnica, cheia de questões de múltipla escolha que testam conhecimentos específicos e gerais. Mas a nota da discursiva não é apenas um detalhe: ela entra na Nota Final Ponderada, um cálculo que atribui pesos diferentes a cada etapa. Na prática, isso significa que um candidato que ficou na média na objetiva pode subir consideravelmente no ranking se escrever bem na redação. Por isso, a segunda fase se torna estratégica – e, convenhamos, também a mais temida.

Formato da prova: o que muda de acordo com o nível

  • Nível Superior: são duas questões discursivas, cada uma com até 30 linhas. Cada resposta vale 22,5 pontos, totalizando 45 pontos.
  • Nível Intermediário: há apenas uma redação dissertativo‑argumentativa, também limitada a 30 linhas, valendo 30 pontos.

Em ambos os casos, a banca exige clareza, objetividade e domínio da norma culta. Não adianta escrever muito; cada linha conta. A diferença principal está no número de questões e na forma de pontuação, mas a exigência de estrutura (introdução, desenvolvimento, conclusão) permanece a mesma.

Critérios de avaliação: o que realmente pesa na nota

No nível superior, a avaliação é dividida em duas metades: 50% da nota depende do domínio técnico do conteúdo (conhecimentos específicos) e 50% avalia a qualidade da língua portuguesa – ortografia, coesão, coerência e estrutura textual. No nível intermediário, toda a pontuação está concentrada na qualidade da escrita e na capacidade de argumentação. Ou seja, não basta saber o assunto; é preciso saber transmiti‑lo de forma lógica e persuasiva.

Como organizar o estudo: da teoria à prática

Um dos maiores erros que vejo nos candidatos é focar só na memorização. A prova discursiva exige transformar conhecimento em texto. Comece revisando os eixos temáticos do seu bloco: identifique os assuntos que aparecem com mais frequência nos editais anteriores e marque aqueles que têm maior probabilidade de cair. Por exemplo, no bloco de Administração, a “gestão por competências” costuma aparecer em questões de conhecimentos específicos.

Depois, monte um plano de estudo que inclua:

  • Leitura dos tópicos e anotação de conceitos chave.
  • Elaboração de mapas mentais para conectar ideias.
  • Redação de respostas simuladas, sempre respeitando o limite de 30 linhas.

Escrever à mão é fundamental, porque no dia da prova você não terá a comodidade de digitar. Além disso, a escrita manual ajuda a organizar o pensamento e a controlar o tempo.

Simulados: a ferramenta que transforma ansiedade em rotina

Eu sempre recomendo ao menos duas simulações completas antes do dia D. Cada simulado deve seguir o cronograma real:

  1. 20 minutos para leitura do enunciado e planejamento.
  2. 60 a 90 minutos para a redação propriamente dita.
  3. 10 a 15 minutos para revisão final.

Esse ciclo cria um hábito de gestão de tempo e reduz o nervosismo. Depois de cada simulado, compare sua resposta com o edital: verifique se você abordou todos os pontos exigidos, se utilizou a norma culta e se respeitou o limite de linhas. Ajuste o que for necessário e repita.

Estrutura ideal de resposta: o caminho das três partes

Mesmo que a banca não exija explicitamente a divisão em introdução, desenvolvimento e conclusão, essa estrutura facilita a organização das ideias e garante que você cubra todos os aspectos do enunciado.

  • Introdução: apresente o tema e a tese que será defendida. Seja direto – duas ou três linhas já são suficientes.
  • Desenvolvimento: exponha os argumentos, cite conceitos do edital, use exemplos concretos e faça a conexão lógica entre as ideias. Cada parágrafo deve conter uma ideia central.
  • Conclusão: retome a tese e sintetize os principais argumentos. Evite trazer novas informações.

Lembre‑se de que a clareza vem antes da sofisticação. Palavras precisas e frases curtas costumam ser mais bem avaliadas que textos longos e confusos.

O que pode zerar a sua nota? Atenção aos detalhes

Além da qualidade textual, a prova tem regras formais que são eliminatórias. Se você violar qualquer uma delas, pode receber nota zero:

  • Usar caneta que não seja azul ou preta, ou que tenha corpo opaco.
  • Escrever fora da área delimitada da folha.
  • Deixar a escrita ilegível ou incompleta.
  • Assinar, marcar ou inserir símbolos na folha oficial.
  • Apresentar rascunho: somente o texto final transcrito na folha definitiva será corrigido.

No dia da prova, leve apenas o documento de identidade em versão digital (aplicativo Gov.br), roupas confortáveis e um envelope fornecido pela FGV para guardar pertences. O celular deve ficar desligado e dentro do envelope lacrado até o final da avaliação.

Horários e logística: como não se perder no dia

Os portões fecham às 12h30 (horário de Brasília) e a prova começa às 13h. A duração varia:

  • Nível Superior: até as 16h (três horas de prova). O caderno só pode ser retirado a partir das 15h.
  • Nível Intermediário: até as 15h (duas horas de prova). O caderno pode ser retirado a partir das 14h.

Todos os candidatos devem permanecer na sala por, no mínimo, uma hora após o término, entregando o cartão de respostas e a folha de textos. As três últimas pessoas precisam permanecer juntas até a assinatura da ata. Planeje seu deslocamento, chegue com antecedência e tenha o cartão de confirmação impresso ou salvo no celular.

Distribuição das vagas e salários: o que o edital traz

O CNU 2025 oferece 3.652 vagas distribuídas em nove blocos temáticos, que vão de Seguridade Social a Ciências, Dados e Tecnologia. Os salários variam entre R$ 4 mil (cargos de nível médio) e R$ 16 mil (cargos de nível superior). Embora a maioria das oportunidades esteja em Brasília, há vagas em vários estados, o que amplia as chances de quem busca uma mudança de cidade ou região.

É interessante notar que, na primeira fase, 42,4 mil pessoas foram classificadas para a discursiva, sendo quase 24 mil mulheres. Essa representatividade feminina é um ponto positivo para a diversidade no serviço público.

Primeira fase: lições aprendidas

A primeira etapa do CNU 2025 ocorreu em 5 de outubro e trouxe algumas novidades: 36 versões diferentes da prova objetiva, com quatro modelos por bloco temático, e a possibilidade de levar o caderno de questões para casa – mas somente para quem permaneceu até o último minuto. A taxa de comparecimento foi de quase 60%, reduzindo a abstenção para 42,8%, muito abaixo do índice de 2024.

Esses números mostram que o concurso está atraindo um público mais comprometido. Se você fez a objetiva, já tem uma boa base de conhecimento; agora, o desafio é transformar esse conhecimento em texto.

Próximos passos: calendário pós‑discursiva

  • 7 de dezembro – Aplicação da prova discursiva.
  • 23 de janeiro de 2026 – Divulgação da nota preliminar e espelho de correção.
  • 26 e 27 de janeiro de 2026 – Prazo para recursos.
  • 18 de fevereiro de 2026 – Resultado dos pedidos de revisão e nota definitiva.
  • 20 de fevereiro de 2026 – Divulgação das listas de classificação (vagas imediatas e lista de espera).

Fique de olho nesses prazos. Muitos candidatos perdem oportunidades por não acompanhar as datas de recurso ou de divulgação de resultados.

Dicas de última hora para o domingo

  • Durma bem na noite anterior. Uma mente descansada pensa mais rápido e escreve com menos erros.
  • Leve água e um lanche leve. Manter a energia ajuda a manter a concentração durante as três horas.
  • Faça um breve plano antes de começar a escrever: 5 minutos para ler o enunciado, 2 minutos para esboçar a estrutura e, em seguida, siga o cronograma de tempo.
  • Revise rapidamente ao final, focando em ortografia e pontuação. Não tente mudar ideias; corrija apenas o que for essencial.
  • Mantenha a calma. Se travar, respire fundo, volte ao ponto anterior e continue. Lembre‑se de que a banca valoriza a coerência mais do que a perfeição.

Conclusão: transformar conhecimento em oportunidade

O CNU 2025 representa uma das maiores portas de entrada ao serviço público do país. A prova discursiva, embora desafiante, oferece a chance de diferenciar-se dos demais candidatos. Ao entender o formato, os critérios de avaliação e ao praticar com simulados, você transforma a ansiedade em preparação sólida.

Eu espero que este guia tenha ajudado a clarear as dúvidas e a montar um plano de ação eficaz. Agora, é hora de colocar a caneta azul (ou preta) no papel, respirar fundo e mostrar ao avaliador que você tem domínio técnico e habilidade de comunicação. Boa prova, e que a próxima fase seja a sua porta de entrada para uma carreira estável e bem remunerada!