Se você recebe aposentadoria ou pensão do INSS, já deve estar de olho nas datas de pagamento. Afinal, aquele dinheiro que chega todo mês costuma ser a base do orçamento familiar, seja para pagar contas, comprar alimentos ou até guardar um pouquinho para emergências. Em 2026, o Ministério da Previdência Social divulgou o calendário completo de pagamentos e, apesar de parecer só mais um comunicado burocrático, entender como ele funciona pode evitar dores de cabeça, atrasos e até a necessidade de correr ao banco para descobrir por que o depósito ainda não apareceu.
Por que o calendário do INSS importa tanto?
Para quem não está familiarizado, o INSS organiza os pagamentos de acordo com o número final do cartão de benefício (aquele que fica no verso do seu extrato). Essa lógica, embora pareça simples, tem algumas nuances que fazem diferença:
- Divisão por faixa de renda: quem recebe até um salário mínimo tem um cronograma diferente de quem recebe acima desse valor.
- Sequência de finais: os pagamentos são distribuídos em pares de finais (1 e 6, 2 e 7, etc.), o que significa que duas pessoas podem receber no mesmo dia, mas com finais diferentes.
- Reajuste do salário mínimo: como o salário mínimo costuma ser reajustado no início do ano, quem está no piso nacional só vê o valor atualizado entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro.
Entender essas regras ajuda a planejar melhor suas finanças e evita surpresas desagradáveis.
Calendário completo de 2026
Abaixo, o calendário oficial divulgado pelo INSS para o próximo ano. Ele está dividido em duas partes: piso nacional (até um salário mínimo) e acima do piso (renda maior que um salário mínimo). Cada período indica o intervalo de datas em que os depósitos serão feitos.
| Mês | Piso Nacional (até 1 SM) | Acima do Piso (mais de 1 SM) |
|---|---|---|
| Janeiro | 26/01 a 06/02 | 02/02 a 06/02 |
| Fevereiro | 23/02 a 06/03 | 02/02 a 06/03 |
| Março | 25/03 a 08/04 | 02/02 a 08/04 |
| Abril | 24/04 a 08/05 | 02/02 a 08/05 |
| Maio | 25/05 a 08/06 | 02/02 a 08/06 |
| Junho | 24/06 a 07/07 | 02/02 a 07/07 |
| Julho | 27/07 a 07/08 | 02/02 a 07/08 |
| Agosto | 25/08 a 08/09 | 02/02 a 08/09 |
| Setembro | 24/09 a 07/10 | 02/02 a 07/10 |
| Outubro | 26/10 a 09/11 | 02/02 a 09/11 |
| Novembro | 24/11 a 07/12 | 02/02 a 07/12 |
| Dezembro | 22/12 a 08/01 | 02/02 a 08/01 |
Obs.: As datas acima são intervalos, ou seja, se o seu final de cartão for 1, o depósito pode acontecer em qualquer dia dentro desse período.
Como funciona a lógica dos finais de cartão?
O número final do seu cartão de benefício (o último dígito antes do traço) determina o dia do pagamento. O INSS não considera o dígito verificador que vem depois do traço. A sequência é a seguinte:
- Dia 1: finais 1 e 6
- Dia 2: finais 2 e 7
- Dia 3: finais 3 e 8
- Dia 4: finais 4 e 9
- Dia 5: finais 5 e 0
Essa divisão garante que o fluxo de pagamentos seja distribuído ao longo de toda a semana, evitando sobrecarga nos sistemas bancários.
O que muda para quem recebe até um salário mínimo?
Se o seu benefício está no piso nacional (até 1 salário mínimo), o seu pagamento começa já no final de janeiro, entre 26/01 e 06/02. Isso acontece porque o reajuste do salário mínimo, que costuma ser publicado em 1º de janeiro, só será refletido nos depósitos a partir do fim de janeiro. Ou seja, se o salário mínimo subir, você verá o valor corrigido já no primeiro depósito de 2026.
Para quem recebe acima do piso, o primeiro depósito ocorre a partir de 2 de fevereiro. Essa diferença pode parecer pequena, mas tem impacto direto no planejamento de quem depende exclusivamente da aposentadoria para pagar despesas mensais.
Como consultar o valor que vai cair na conta?
Existem três maneiras simples e gratuitas de conferir o valor do seu benefício:
- Aplicativo Meu INSS: baixe no Android ou iOS, faça login com CPF e senha, e veja o extrato completo.
- Site Meu INSS: acesse meu.inss.gov.br, entre com seus dados e navegue até a seção de “Extrato de Benefícios”.
- Central 135: ligue de segunda a sábado, das 7h às 22h. Tenha em mãos o CPF e o número do benefício para confirmar a identidade.
É recomendável conferir o valor antes de cada pagamento, principalmente se houver mudanças na legislação, reajustes ou se você receber algum benefício adicional (como auxílio‑doença ou pensão por morte).
Dicas práticas para não perder nenhum pagamento
- Marque no calendário: anote a data de início do seu período (por exemplo, 26/01) e lembre‑se de conferir a conta nos dias seguintes.
- Configure alertas bancários: a maioria dos bancos permite criar notificações por SMS ou push quando houver crédito na conta.
- Cheque o extrato online: antes de ir ao banco, dê uma olhada no aplicativo ou site do seu banco para confirmar se o depósito já foi registrado.
- Fique de olho no reajuste: o salário mínimo costuma ser anunciado em janeiro; se houver aumento, o valor da sua aposentadoria será ajustado automaticamente, mas só aparecerá no depósito entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.
- Guarde o número do benefício: ele será útil caso precise entrar em contato com o INSS ou o banco para resolver algum problema.
O que fazer se o pagamento não cair?
Mesmo seguindo todas as orientações, pode acontecer de o depósito atrasar ou não aparecer. Nesses casos, siga os passos abaixo:
- Verifique o extrato bancário: às vezes o crédito aparece com um nome diferente (por exemplo, “INSS” ou “Benefício”).
- Cheque o horário de compensação: alguns bancos processam pagamentos apenas em horário comercial.
- Entre em contato com o banco: peça a confirmação de que o depósito foi recebido.
- Ligação para o 135: se o banco disser que não recebeu nada, chame a central do INSS. Tenha CPF, número do benefício e o número final do cartão à mão.
- Documente tudo: anote protocolos de atendimento, datas e nomes dos atendentes. Isso pode ser útil caso precise abrir uma reclamação formal.
Impacto do calendário nos seus planos financeiros
Agora que você já conhece as datas, vale a pena refletir sobre como elas afetam o seu orçamento. Muitas pessoas organizam o pagamento de contas (energia, água, internet, plano de saúde) de acordo com a data de recebimento da aposentadoria. Se o depósito cair no final de um período (por exemplo, 06/02), pode ser necessário antecipar o pagamento de algumas contas para evitar juros.
Algumas estratégias que ajudam:
- Reserva de emergência: se possível, guarde parte do benefício logo que ele entrar. Um fundo de emergência de 2 a 3 meses de despesas pode ser um salva‑vidas.
- Pagamentos automáticos: programe débito automático para contas fixas. Assim, você não corre o risco de esquecer ou pagar com atraso.
- Divisão de despesas: se você divide a casa com alguém, combine quem paga o que e em que data, evitando conflitos.
O futuro dos pagamentos do INSS
Embora o calendário de 2026 ainda siga o modelo tradicional, há discussões em andamento sobre modernizar o processo. Algumas propostas incluem:
- Pagamentos em dias úteis fixos: ao invés de intervalos de duas semanas, definir um dia único por final de cartão.
- Integração com fintechs: permitir que beneficiários recebam o valor diretamente em carteiras digitais, facilitando o acesso a quem não tem conta bancária.
- Calendário digital interativo: um portal onde o usuário insere o número do benefício e vê a data exata do depósito.
Essas mudanças ainda são projetos, mas indicam que o governo está atento à necessidade de simplificar a vida dos aposentados e pensionistas.
Resumo rápido para imprimir
Se preferir, copie e cole a tabela abaixo num bloco de notas ou imprima para colar na geladeira:
Janeiro: 26/01 a 06/02 (piso) | 02/02 a 06/02 (acima) Fevereiro: 23/02 a 06/03 Março: 25/03 a 08/04 Abril: 24/04 a 08/05 Maio: 25/05 a 08/06 Junho: 24/06 a 07/07 Julho: 27/07 a 07/08 Agosto: 25/08 a 08/09 Setembro: 24/09 a 07/10 Outubro: 26/10 a 09/11 Novembro: 24/11 a 07/12 Dezembro: 22/12 a 08/01
Marque o seu final de cartão e fique de olho nas datas. Assim, você garante que o dinheiro chegue no momento certo e pode planejar tudo com tranquilidade.
Conclusão
O calendário de pagamentos do INSS para 2026 pode parecer só mais um documento oficial, mas ele tem um papel fundamental no dia a dia de quem depende da aposentadoria. Conhecer as datas, entender a lógica dos finais de cartão e usar as ferramentas de consulta (Meu INSS, site, 135) são passos simples que evitam stress e ajudam a manter as contas em dia.
Se você ainda não tem o aplicativo Meu INSS instalado, aproveite agora para baixar. Se já usa, dê uma olhada no extrato e confirme se o número final do seu cartão está correto. E, claro, compartilhe essas informações com amigos e familiares que também recebem benefícios – quanto mais gente souber, menos confusão haverá.
Fique atento, planeje seu orçamento e, acima de tudo, cuide da sua saúde financeira. Boa sorte e que 2026 seja um ano de tranquilidade para todos os beneficiários!




