Chegou a hora de pensar no futuro
Se você tem acompanhado os canais de concursos, provavelmente já viu o anúncio do Ibama e do Incra. São 60 vagas, salários que chegam a quase R$ 10 mil e a chance de trabalhar em áreas que realmente fazem a diferença – meio ambiente, agricultura, planejamento territorial. Mas, mais do que isso, esse edital traz uma oportunidade de estabilidade, aprendizado e, claro, um bom dinheiro no fim do mês.
Por que esse concurso vale a pena?
Primeiro, vamos ser sinceros: a maioria dos concursos públicos paga bem, mas poucos chegam perto de R$ 9,8 mil logo no início. Essa remuneração está acima da média nacional e ainda vem com benefícios típicos do serviço público (auxílio-alimentação, plano de saúde, licença‑prêmio etc.).
Além do salário, o trabalho no Ibama ou no Incra tem um apelo “social”. Você vai lidar com licenciamento ambiental, políticas de reforma agrária, conservação de biomas e, no caso do Incra, com a regularização fundiária de comunidades rurais. É um emprego que combina estabilidade financeira com propósito.
O que está em jogo? As vagas e os cargos
O edital divide as 60 vagas da seguinte forma:
- Ibama: 40 vagas para Analista Técnico de Complexidade Intelectual (ATI). Inclui cadastro reserva.
- Incra: 20 vagas, sendo 10 para Analista Técnico de Complexidade Intelectual e 10 para Analista Técnico de Complexidade Gerencial (ATG) – este último focado em Antropologia.
Os cargos exigem nível superior, mas a variedade de áreas é ampla: Biologia, Ciências Sociais, Direito, Geografia, Geologia, Oceanografia, Pedagogia, entre outras. Ou seja, tem quase sempre alguma especialidade que se alinha ao seu diploma.
Salários e jornada
Os números são claros:
- Analista Técnico de Complexidade Intelectual – R$ 7.283,05
- Analista Técnico de Complexidade Gerencial (Incra – Antropologia) – R$ 9.861,23
A carga horária é de 40 horas semanais, padrão para a maioria dos cargos de nível superior. E, como a maioria dos concursos, há possibilidade de progressão na carreira, o que pode elevar ainda mais a remuneração ao longo dos anos.
Onde as provas serão realizadas?
As provas acontecerão em duas cidades:
- Brasília (DF)
- Rio de Janeiro (RJ)
Na hora da inscrição, você escolhe a cidade que será seu centro de lotação. Isso facilita a logística, principalmente para quem mora em alguma capital ou tem facilidade de deslocamento.
Calendário completo – não perca nenhum prazo
| Etapa | Data |
|---|---|
| Inscrições | 15/12/2025 a 08/01/2026 |
| Pedido de isenção | 15 e 16/12/2025 |
| Pagamento da taxa | 09/01/2026 |
| Local de prova | 02/02/2026 |
| Provas objetiva e discursiva | 08/02/2026 |
| Resultado objetivo | 11/03/2026 |
| Resultado discursivo | 23/03/2026 |
| Resultado final | 07/04/2026 |
Como se inscrever – passo a passo
- Acesse o site do Instituto ACCESS, a banca organizadora.
- Crie um login (ou recupere, caso já tenha).
- Preencha os dados pessoais, escolha o cargo e a cidade de lotação.
- Faça o pagamento da taxa (R$ 60 para ATI, R$ 70 para ATG).
- Guarde o comprovante e a confirmação de inscrição.
Se você se enquadra nas situações de isenção (doadores de medula, beneficiários do CadÚnico), solicite a dispensa nos dias 15 e 16 de dezembro.
Dicas práticas para a prova objetiva
A prova objetiva tem 60 questões de múltipla escolha, com quatro opções cada. O candidato precisa acertar, no mínimo, 50% da pontuação total (105 pontos) e não pode zerar nenhuma disciplina. Aqui vão algumas estratégias:
- Treine o tempo: 60 questões em 5 horas dão 5 minutos por questão. Use simulados para ganhar ritmo.
- Priorize as áreas de maior peso: O edital costuma dividir o conteúdo em blocos (Direito Ambiental, Geologia, Políticas Agrárias etc.). Foque nos blocos que você domina para garantir pontos rápidos.
- Marque as dúvidas: Deixe um “X” nas questões que não tem certeza e volte ao final, se sobrar tempo.
- Evite o chute: Como a prova elimina quem zera alguma disciplina, é melhor marcar uma alternativa mesmo que não tenha certeza, ao invés de deixar em branco.
Redação/discursiva – o estudo de caso
A parte discursiva vale 50 pontos e exige um estudo de caso sobre licenciamento ambiental. Cada candidato tem que escrever entre 20 e 30 linhas. Dicas:
- Estrutura clara: introdução (apresentação do problema), desenvolvimento (análise técnica, legislação aplicável) e conclusão (solução ou recomendação).
- Use a norma padrão: erros de gramática tiram pontos automaticamente.
- Mostre domínio técnico: cite leis como a Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) ou normas do CONAMA.
- Seja objetivo: nada de rodeios; cada linha deve acrescentar informação relevante.
Lembre‑se que a discursiva só será corrigida para quem passar na objetiva e ficar dentro do número de vagas (até 10 vezes o total). Portanto, a prioridade é garantir a nota mínima na objetiva.
Inclusão e diversidade – o que o edital garante
O concurso tem cotas bem definidas:
- 5% das vagas reservadas para pessoas com deficiência (PcD).
- 30% para negros (pretos ou pardos), indígenas e quilombolas.
- 25% para negros
- 3% para indígenas
- 2% para quilombolas
Essas cotas aumentam a chance de candidatos de grupos sub-representados e reforçam o compromisso das instituições com a igualdade de oportunidades.
Comparativo com concursos anteriores
O último concurso do Ibama, realizado no início de 2024, ofereceu 460 vagas e salários de até R$ 9,9 mil. Já o Incra participou do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024, com 742 vagas. O que mudou?
- Quantidade: agora são 60 vagas, o que pode parecer menos, mas a concorrência também diminui, tornando a taxa de aprovação mais realista.
- Foco nas áreas técnicas: o edital atual concentra-se em Analistas Técnicos, enquanto o CNU tinha cargos mais variados, como técnicos administrativos.
- Validade: o processo tem validade de dois anos, prorrogável, o que dá tempo para quem não for aprovado na primeira tentativa.
O que esperar do futuro do Ibama e do Incra?
Ambas as instituições estão em fase de expansão. O Brasil tem metas ambiciosas de conservação de biomas e de regularização fundiária, sobretudo nas áreas de fronteira agrícola. Isso significa que, nos próximos anos, a demanda por profissionais qualificados só tende a crescer.
Além disso, a tendência é que novos concursos venham surgindo, tanto para reposição de aposentados quanto para criação de novas áreas de atuação (ex.: monitoramento de mudanças climáticas, gestão de resíduos, políticas de desenvolvimento sustentável).
Como se preparar de forma inteligente
Segue um plano de estudo que pode ser adaptado à sua rotina:
- Mapeie o conteúdo: baixe o edital, destaque as disciplinas e o peso de cada uma.
- Monte um cronograma: reserve de 2 a 3 horas diárias, intercalando teoria e prática.
- Use material específico: apostilas de concursos de Ibama/Incra, videoaulas de Direito Ambiental, Geologia e Antropologia.
- Resolva provas antigas: mesmo que de outros concursos, elas ajudam a entender o estilo das questões.
- Treine a redação: escreva um estudo de caso por semana, peça revisão a alguém que domine a norma padrão.
- Cuide da saúde: sono, alimentação e pausas curtas aumentam a retenção de informação.
Se possível, participe de grupos de estudo online – o G1 tem um canal no WhatsApp que pode ser útil para trocar dúvidas e materiais.
Conclusão – vale a pena investir?
Resumindo, o concurso do Ibama e do Incra oferece mais que um salário alto. Ele entrega estabilidade, possibilidade de crescimento e a chance de trabalhar em projetos que impactam diretamente a qualidade de vida do Brasil. Se você tem formação nas áreas citadas, tem disponibilidade para estudar e quer uma carreira pública, essa é uma oportunidade que não dá para deixar passar.
Fique atento aos prazos, prepare um plano de estudo consistente e, sobretudo, mantenha a motivação. Boa sorte e nos vemos nas salas de prova!




