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CNU 2025: Como a prova discursiva pode mudar sua classificação – Guia completo

CNU 2025: Como a prova discursiva pode mudar sua classificação – Guia completo

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Se você está se preparando para o Concurso Nacional Unificado (CNU) 2025, já deve ter sentido aquele frio na barriga ao pensar na prova discursiva. Não é segredo que essa etapa pode ser decisiva: um ponto a mais ou a menos pode mudar toda a sua posição na lista final. Por isso, resolvi reunir tudo que o edital diz – e ainda acrescentar dicas práticas – para que você entenda como funciona a pontuação, quais são os critérios de avaliação e, principalmente, como transformar a escrita em um aliado na sua jornada.

Visão geral da prova discursiva

O CNU 2025 tem duas modalidades de prova discursiva, de acordo com o nível do cargo:

  • Nível Superior: duas questões, cada uma com até 30 linhas. O total da fase vale 45 pontos, divididos em 22,5 pontos por questão.
  • Nível Intermediário: uma redação dissertativo‑argumentativa, também de até 30 linhas, que vale 30 pontos.

Embora a estrutura seja diferente, o que une as duas modalidades é a importância da escrita. No nível superior, a redação responde por metade da nota da fase; no intermediário, representa 100% da pontuação discursiva.

Como a nota da discursiva é calculada?

O edital deixa bem claro que a nota final ponderada (NFP) é a soma de três componentes:

NFP = NPO (Nota da Prova Objetiva) + NPD (Nota da Prova Discursiva) + NAT (Nota de Avaliação de Títulos)

Para quem concorre a cargos de nível superior, a pontuação máxima chega a 200 pontos (150 da objetiva, 45 da discursiva e 5 dos títulos). Já no nível intermediário, o teto é 100 pontos (68 da objetiva, 30 da discursiva e 2 dos títulos). Se houver fases adicionais – defesa de memorial, prova oral ou segunda etapa – esses valores são somados ao final.

Critérios de avaliação da discursiva

Entender o que a banca (Fundação Getúlio Vargas) espera pode evitar surpresas na correção. Veja os dois blocos de pontuação para o nível superior:

  • Domínio dos conhecimentos específicos (22,5 pontos): a banca verifica se você abordou o tema proposto, se usou conceitos corretos e se trouxe informações pertinentes ao bloco temático do seu cargo.
  • Uso da Língua Portuguesa (22,5 pontos): aqui entram gramática, estrutura do texto, coerência, coesão e clareza. Uma redação bem escrita, mesmo que falte um detalhe técnico, ainda pode garantir boa pontuação.

No nível intermediário, todo o peso recai sobre a Língua Portuguesa. Não há pontuação separada para conteúdo técnico, mas o tema ainda será ligado ao bloco temático, então é preciso demonstrar alguma familiaridade com o assunto.

Regras formais que podem zerar a sua nota

Além do conteúdo, o edital impõe regras rígidas de forma. Qualquer deslize pode resultar em nota zero:

  • Escreva apenas com caneta esferográfica azul ou preta, de corpo transparente.
  • A folha definitiva não pode ter assinatura, marca, símbolo ou qualquer identificação do candidato.
  • Respostas fora do espaço delimitado ou ilegíveis recebem zero.
  • O rascunho não será corrigido – só o texto final na folha oficial tem validade.

Essas exigências podem parecer detalhes, mas são eliminatórias. Por isso, revise o material antes da prova e leve apenas o que é permitido.

Dicas práticas para garantir a pontuação máxima

  1. Planeje antes de escrever: use os primeiros minutos para rascunhar a estrutura (introdução, desenvolvimento, conclusão). Isso ajuda a organizar as ideias e evita repetições.
  2. Foque nos critérios: para o nível superior, divida mentalmente a resposta em duas partes – conteúdo e linguagem – e dê atenção equilibrada a ambas.
  3. Use a norma culta: evite gírias, abreviações e concordâncias erradas. Uma frase curta, bem construída, vale mais que um parágrafo longo e confuso.
  4. Referencie o bloco temático: mesmo na redação do nível intermediário, mencione termos ou conceitos que constam nos anexos do edital. Isso demonstra domínio do assunto.
  5. Revise o texto: se ainda houver tempo, releia para corrigir erros de digitação, pontuação e coerência. Uma última checagem pode salvar pontos preciosos.

Como funciona o desempate?

Em caso de empate na NFP, o edital estabelece uma ordem de prioridade:

  1. Idade igual ou superior a 60 anos (conforme Estatuto do Idoso).
  2. Maior pontuação em Conhecimentos Específicos na Prova Objetiva.
  3. Maior pontuação na Prova Discursiva.
  4. Experiência como jurado.
  5. Idade (candidato mais velho).

Portanto, se você está na faixa etária de 60 anos ou mais, já tem uma vantagem extra. Caso contrário, a qualidade da sua redação pode ser o fator decisivo.

Calendário da fase discursiva

  • 7 de dezembro de 2025 – Aplicação da prova discursiva.
  • 23 de janeiro de 2026 – Divulgação da nota preliminar e espelho de correção.
  • 26‑27 de janeiro de 2026 – Prazo para recursos.
  • 18 de fevereiro de 2026 – Resultado definitivo da discursiva.
  • 20 de fevereiro de 2026 – Publicação das listas de classificação (vagas imediatas e lista de espera).

Fique de olho nesses prazos para não perder nenhum detalhe importante.

Contexto geral do CNU 2025

O CNU 2025 reúne 3.652 vagas distribuídas em nove blocos temáticos, que vão de Seguridade Social a Ciências, Dados e Tecnologia. Os salários variam entre R$ 4 mil e R$ 16 mil, dependendo do cargo e do nível. Embora a maioria das oportunidades esteja em Brasília, há vagas em vários estados, inclusive no Distrito Federal – onde a taxa de abstenção foi a menor (30,8%).

Com mais de 760 mil inscritos, o concurso se consolida como o maior processo seletivo do país. A taxa de comparecimento foi de 57,2%, uma melhora significativa em relação ao ano anterior.

Conclusão: transforme a ansiedade em estratégia

Para quem está na corrida do CNU 2025, a prova discursiva não precisa ser um bicho de sete cabeças. Entender como a nota é calculada, respeitar as regras formais e praticar a escrita dentro dos critérios da banca são passos essenciais. Lembre‑se de que, no nível superior, a metade da sua pontuação depende do domínio do conteúdo; no intermediário, a linguagem é tudo.

Se você ainda não fez simulados de redação, comece agora. Leia os anexos do seu bloco temático, escolha um tema provável e escreva dentro do limite de 30 linhas. Depois, compare seu texto com os critérios do edital e ajuste o que for necessário. Essa prática, aliada a um planejamento cuidadoso no dia da prova, pode ser o diferencial que coloca seu nome entre os primeiros colocados.

Boa sorte, e que a caneta – e não o medo – seja sua melhor companheira!