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CNU 2025: tudo o que você precisa saber sobre a prova discursiva

CNU 2025: tudo o que você precisa saber sobre a prova discursiva

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Se você está se preparando para o Concurso Nacional Unificado (CNU) 2025, a prova discursiva é o ponto de virada. Ela acontece neste domingo (7) e, apesar de ser mais curta que a objetiva, tem um peso enorme na nota final. Vamos destrinchar como funciona, quais são os critérios de avaliação e, principalmente, como evitar os erros que podem zerar sua pontuação.

Formato da prova: superior vs. intermediário

O CNU divide as vagas em dois níveis. Cada um tem um formato de prova discursiva diferente:

  • Nível Superior: duas questões, cada uma com até 30 linhas. Cada questão vale 22,5 pontos, totalizando 45 pontos.
  • Nível Intermediário: uma redação dissertativo‑argumentativa de até 30 linhas, valendo 30 pontos.

Para ambos os níveis, o tema será extraído dos anexos específicos do seu bloco temático – então, nada de assunto aleatório.

Como a nota é distribuída?

No nível superior a pontuação é dividida ao meio:

  • 50% do valor (22,5 pontos) avalia conhecimentos específicos. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) verifica se você compreendeu o tema, usou conceitos corretos e trouxe informações pertinentes.
  • Os outros 50% analisam o uso da Língua Portuguesa: gramática, estrutura, coerência e coesão.

No nível intermediário, tudo se resume ao domínio da língua. Não há pontuação por conteúdo técnico, mas o tema ainda vem dos anexos, então o candidato precisa demonstrar que entende o assunto ao escrever.

Regras rígidas da folha definitiva

Este detalhe costuma pegar muitos candidatos desprevenidos:

  • Somente a folha “definitiva” será corrigida. Rascunhos, margens ou anotações fora do espaço permitido são ignorados.
  • Proibido assinar, colocar iniciais, desenhos, número de documentos ou qualquer marca que identifique o candidato. A correção é às cegas.
  • Use caneta preta ou azul transparente. Lápis, borracha ou tinta de outra cor invalidam a resposta.
  • Rasuras são risco de nota zero. A folha não aceita reescrita; se precisar corrigir, faça no rascunho e copie a versão final corretamente.
  • Respeite o limite de linhas. Texto fora das linhas oficiais não será avaliado.

Essas regras garantem igualdade, mas exigem atenção redobrada no dia da prova.

O que pode zerar sua prova?

Além das questões de formatação, há armadilhas de conteúdo:

  • Fuga total do tema: responder algo que não tem relação com a proposta elimina a nota.
  • Modelos decorados ou textos prontos: a banca procura originalidade e adequação ao enunciado.
  • Estrutura inadequada: frases soltas, listas ou textos incompletos são considerados insuficientes.

Em resumo, a banca quer ver um texto contínuo, com introdução, desenvolvimento e conclusão, dentro do espaço permitido.

Dicas práticas de estudo

Memorizar não basta. É preciso transformar conhecimento em texto. A professora Letícia Bastos recomenda três pilares:

  1. Revisão focada: identifique os eixos temáticos do seu bloco e priorize os assuntos mais recorrentes.
  2. Treino e simulação: escreva redações de 30 linhas dentro do tempo de prova. Faça ao menos uma simulação completa.
  3. Feedback: revise seus textos, corrija gramática, coesão e clareza. Se possível, peça a alguém que já tenha passado pelo CNU para avaliar.

Uma estrutura que costuma funcionar bem:

  • Parágrafo 1 – introdução com tese clara.
  • Parágrafo 2 – primeiro argumento, fundamentado em conceito do edital.
  • Parágrafo 3 – segundo argumento, trazendo outro ponto de vista ou dado relevante.
  • Parágrafo 4 – conclusão que retoma a tese e sintetiza os argumentos.

Distribua as linhas de forma equilibrada (cerca de 7‑8 linhas por parágrafo) e use conectivos (“além disso”, “por outro lado”, “consequentemente”) para garantir coesão.

Horários e logística

Os portões fecham às 12h30 (horário de Brasília) e a prova começa às 13h. O tempo varia:

  • Nível Superior: até 16h (três horas). O caderno só pode ser retirado a partir das 15h.
  • Nível Intermediário: até 15h (duas horas). Retirada do caderno a partir das 14h.

Ao final, todos devem permanecer na sala por, no mínimo, uma hora para entrega do cartão de respostas e da folha definitiva.

Contexto do CNU 2025

O CNU reúne nove blocos temáticos, com vagas que vão de R$ 4 mil a R$ 16 mil. Embora a maior parte das oportunidades esteja em Brasília, há vagas espalhadas por vários estados. Em 2025, o edital foi unificado, facilitando a consulta de informações.

Na primeira fase, realizada em 5 de outubro, quase 760 mil candidatos se inscreveram. A taxa de abstenção foi de 42,8 %, a menor dos últimos anos, com destaque para o Distrito Federal (abstenção de 30,8 %). O Amazonas registrou o maior índice (51,2 %). Esses números mostram o interesse crescente pelos concursos públicos e a importância da prova discursiva como diferencial.

Próximos passos

Se você ainda não fez a prova, aqui está o calendário que vale a pena marcar:

  • 7 de dezembro – Prova discursiva
  • 23 de janeiro de 2026 – Divulgação da nota preliminar
  • 26‑27 de janeiro de 2026 – Prazo para recursos
  • 18 de fevereiro de 2026 – Resultado dos recursos e nota definitiva
  • 20 de fevereiro de 2026 – Listas de classificação (vagas imediatas e lista de espera)

Fique de olho nas comunicações oficiais e, se possível, participe dos grupos de WhatsApp do G1 Concursos para receber atualizações em tempo real.

Resumo rápido

  • Formato: 2 questões (superior) ou 1 redação (intermediário), até 30 linhas cada.
  • Pontuação: 45 pontos (superior) – metade conteúdo, metade língua; 30 pontos (intermediário) – só língua.
  • Regras essenciais: folha definitiva apenas, caneta preta/azul, nada de rasuras ou assinaturas.
  • Erros que zeram: fugir do tema, escrever fora das linhas, usar lápis ou deixar marcas de identidade.
  • Dicas de estudo: revisão focada, treinos cronometrados, estrutura de 4 parágrafos.

Com organização, prática e atenção às regras, a prova discursiva deixa de ser um bicho de sete cabeças e passa a ser mais uma etapa que você pode controlar. Boa sorte, e que a sua escrita brilhe!